1 de set. de 2010

O pó da estrada brilha nos meus olhos... - Plutão em Capricórnio


Às vezes o cansaço bate forte. Coração e pés pesados, a mera idéia de dar mais um passo nos desanima. Pensamos ter chegado ao fim de nossas forças, e a tentação de simplesmente se deixar ficar é grande.

A enormidade do mundo, o número impressionante de pessoas que o habita, parece desmentir a possibilidade de que cada uma delas tenha uma alma, uma individualidade, uma importância no esquema geral das coisas.

E, no entanto, mesmo que completamente inconsciente, dentro de cada um de nós palpita o anseio por mais luz, felicidade, harmonia, realização. Podemos ensurdecer na loucura do mundo que criamos, mas o chamado de volta para casa nunca deixa de ecoar em nossos corações.

Estamos vivendo momentos difíceis, resultado das escolhas erradas que fizemos ao longo do tempo. As lágrimas que derramamos aos poucos estão lavando nossas mentes, levando consigo nossas limitações, nossos preconceitos, nossa teimosia, nossa ignorância. É um processo doloroso, tanto para quem o vivencia, ao vivo e a cores, no cotidiano, quanto para quem o observa, na pseudo-segurança de sua casa, do outro lado do mundo. Pois o observador já não tem certeza de que não será o próximo a vivenciá-lo.

Este mundo, tão grande, tão cheio de desconhecidos, fica pequeno quando nos damos conta de que o outro é exatamente como nós: um ser humano, procurando ser feliz. O que nos torna diferentes é a maneira como cada um de nós define e busca esta felicidade.

Dia a dia, nossas crenças são postas a teste. Até que ponto o que eu acredito sobrevive aos escombros em que tropeço? Até que ponto consigo colocar em prática aquilo que acho ser o certo? Até que ponto vai a cisão entre minha mente e meu coração? Até que ponto estou disposto a ir?

Nossos barômetros internos estão sendo recalibrados. Surpresos, às vezes nos damos conta de que enfrentamos e superamos nossos piores medos. Outras, descobrimos que vacilamos numa questão em que achávamos que éramos mestres.

Não sei por onde minha estrada me leva. Quando o peso do pó em minha pele se torna tão grande que fica difícil respirar, procuro parar e me lavar. Lágrimas, perdão, oração, pedido de socorro, não importa. O que quer que faça com que eu me sinta limpa e renovada para continuar. Porque eu sei AONDE minha estrada me leva: de volta para casa. E eu não vejo a hora de chegar.

Título: referência à canção O pó da estrada, de Sá, Rodrix e Guarabyra.
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3 comentários:

Mara disse...

Laura, obrigada pelo incentivo! E com certeza vou me lembrar desta música para um outro post...

Frederico disse...

Mara você é incrível!!!
Que signo abençoou seu nascimento e permitiu a sensibilidade de suas palavras?
///desculpa a curiosidade///rs
obrigado sempre!!!

Mara disse...

Frederico, obrigada, é bom saber que estou conseguindo tocar o coração das pessoas... E eu desculpo a curiosidade, sim, se você desculpar o mistério... ;-)