Há momentos em que vacilamos diante da enormidade da tarefa a ser realizada. Todo o nosso esforço parece ser efêmero, inútil.
Nossa voz se cala. Sentimo-nos pequenos e impotentes, e nos rendemos à nossa insignificância.
Sou apenas uma pequena gota no oceano.
Mas, à medida que o sal das minhas lágrimas se une ao sal das ondas, percebo que meu pranto faz parte e acresce o todo.
Este oceano, imenso, é o reino de minha mãe, Yemanjá.
E, no colo de minha mãe, posso tudo.
Sou profundeza, sou marola, sou espuma, sou onda, sou tsunami.
Sem minha gota, o mar não seria o mesmo.
Sem meu esforço, a obra não se realiza.
Sem minha voz, a melodia fica incompleta.
Sem minhas mãos, a corrente se parte.
Então, humildemente, deixo de lado o peso gigantesco do mundo... e carrego, diligentemente, a parte que me cabe.
Título: referência à canção The quest - the impossible dream, de J. Darion e M. Leigh, na versão Sonho Impossível, de Chico Buarque e Ruy Guerra.
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3 comentários:
Laura, obrigada...
Lindo...
prá seguir seu modo de ilustrar seus textos, me vem aos ouvidos uma estrofe de uma canção de Milton Nascimento... solto a voz nas estradas já não posso parar....
Antonio, seja bem-vindo! Sua sensibilidade canceriana, como sempre, consegue acompanhar o fio da meada...
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