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1 de mai. de 2014

Em nome do pai... - Saturno quadratura Sol


Sempre admirei a energia de S. Zé Pilintra. Sua curimba é uma das coisas mais bonitas de se ver. E não é que um destes dias, naqueles "acasos" providenciados pelo Alto, tive a oportunidade de incorporar um dos seus Malandros? Corpo travado e duro, fiz o possível para permitir a passagem daquela energia tão linda e tão leve... Ao voltar para a corrente, vendo S. Zé tão feliz ainda girando no Meio, as lágrimas vieram com tudo, e chorei nos braços de Maria Molambo, me desculpando pelas lágrimas, sem nem saber direito porque estava chorando.

E hoje me peguei pensando em meu pai. Confesso que nestes últimos oito anos raramente penso nele. Mas hoje fiquei lembrando. Blusa decotada ou saia curta não podia. Cabelo comprido não podia. Aula de arte não podia. Blusa vermelha ou esmalte vermelho, nem pensar, era coisa de prostituta. E eu com toda esta energia cigana, estrangulada, no peito.

Precisava sufocar tanto, pai? Claro que responsabilidade, dever, seriedade, respeito, são conceitos importantes e necessários. Mas não dava pra ensinar de outro jeito? Tanta repressão, tanta frieza, tanta culpa incutida, pra que? Tanto esforço em busca de uma frase que nunca veio: "tenho orgulho de você, filha". E resultando numa sensação de nunca fazer o suficiente, de nunca ser boa o suficiente.

Mas uma coisa boa vem de toda esta exigência. Eu aprendi disciplina. Eu sei que, dada a oportunidade, eu vou tentar incorporar de novo, e de novo. E quem sabe, um dia, eu consiga deixar esta energia fluir como se eu tivesse nascido pra isso, como se fosse a coisa mais natural do mundo pra mim.

Eu lembro como você amava seus canários, como voltava orgulhoso das feiras quando algum deles era premiado. Mas sabe, pai, tem uma coisa que você nunca compreendeu. Pássaro que canta mais bonito é aquele que é livre.

Título: referência ao filme In the name of the father, de Jim Sheridan, 1993.
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19 de out. de 2010

Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar... - Plutão em Capricórnio


À medida que Plutão avança através de Capricórnio, vamos nos dando conta da falência de nossas instituições. Estamos atravessando tempos difíceis, retratados pelos aspectos que os planetas em trânsito estão fazendo entre si. Saturno tem se oposto a Urano, estabelecendo um cabo de guerra entre o passado e o futuro, o tradicional e o novo, a estrutura e a anarquia. E Plutão tem estado em quadratura com os dois, aumentando a tensão e sugerindo o risco de aniquilação.

Muita coisa deve morrer neste processo. Instituições antigas, que já tiveram seu tempo de poder e glória, agora se debatem no pó da derrota. Aos poucos, vamos percebendo a podridão na base das muitas estruturas que sustentam nossa sociedade. A época é de grande insegurança, pois assim como os pássaros pressentem a chuva, a humanidade sente que uma grande mudança está no ar. O problema é que nos habituamos a crescer muito lentamente, levando séculos para assimilar as lições mais básicas. E agora sentimos que o tempo acelera, e o pânico se instala diante da enormidade de nossa tarefa.

Precisamos reconhecer que nossa sociedade atual não está funcionando de forma saudável. Todo o sistema precisa ser revisto e corrigido. Como? Alguns pregam que através da violência, impondo uma nova ordem à força, destruindo toda força contrária. Uma análise fria da história das civilizações basta para provar que este método não é eficiente.

Outros pensam que se nos esforçarmos bastante, podemos remendar ou maquiar a situação atual, para que ela dure mais alguns séculos. Neste caso, convém nos lembrarmos que o processo de deterioração já está muito avançado para ser detido. Na verdade, nossas tentativas de remendo é que nos levaram a este estágio.

E ainda há o grupo dos que se consideram impotentes, e na sua passividade aguardam o príncipe que chegará num cavalo branco para lutar por eles e redimi-los. Este príncipe pode assumir vários nomes, seja o Messias que finalmente virá (ou retornará), seja o comandante de uma frota estelar que resgatará os escolhidos. Respeito todas as crenças, e não pretendo ofender nenhuma, mas não creio que a passividade diante da crise seja a resposta.

A sociedade nada mais é que um conjunto de indivíduos. Portanto, se o todo está doente, a cura tem que começar pelas células. Cada pessoa, de uma forma ou de outra, por ação ou omissão, é responsável pela situação atual. Nosso comodismo, nossa cegueira, nosso egoísmo, nossa impiedade, geraram este estado de coisas. Portanto, cabe a cada um de nós limpar sua própria bagunça. Esta é a única forma de curar o todo: curando cada um de nós.

A pressão tem sido tamanha, que muitos se deixam levar pelo pânico. Alguns não suportam a ansiedade, e saem por aí praticando atos de violência. Outros se sentem presa da apatia, como se a vida tivesse perdido todo o sentido, e pensam seriamente em desistir de viver. Muito se anestesiam, e vivem como que através de um piloto automático, realizando mecanicamente as tarefas do cotidiano.

Se você tem sentido a pressão aumentar nos últimos meses, há algumas coisas que você precisa ter em mente:

Em primeiro lugar, você não está sozinho. Toda a humanidade está passando pela mesma situação, e há muitas pessoas se esforçando para dar o melhor de si, sob circunstâncias muito difíceis. Cabe a cada um de nós optar por servir, apesar das dificuldades. Ser útil, apesar da sensação de fracasso. Continuar lutando, apesar da tentação de entregar os pontos. Por que? Porque não estamos sós. E se você perdeu a esperança de conseguir ser feliz, isso não lhe dá o direito de abandonar o outro à própria sorte. Estenda a mão. Ajude. Mesmo que tudo o que você possa fazer seja dizer: não tenha medo, eu estou aqui com você.

Outro ponto a considerar é a natureza da morte. Há estudos científicos sérios, comprovando a continuidade da vida após a morte do corpo físico. Os motivos para a não divulgação (e a ridicularização) destes estudos são os mesmos que contribuem para a falência da sociedade atual. Se você ainda tem dúvidas a respeito da morte e do morrer, há muita literatura disponível. Já não temos tempo a perder com especulações infantis a respeito de um céu e inferno eternos, onde os escolhidos ficam numa contemplação inútil, enquanto os condenados sofrem uma pena sem fim. A morte é apenas uma passagem de um plano de existência a outro, e aquele que tira a própria vida física pensando aliviar seu sofrimento e escapar das conseqüências de seus atos tem uma amarga surpresa ao constatar que continua vivo, e que multiplicou seu sofrimento com uma atitude impensada.

É em tempos de crise como o que estamos atravessando agora que provamos do que somos feitos. Esta vida, este corpo físico que habitamos agora, não é um ensaio geral. Não dá pra dizer: "desculpe, galera, agora bateu preguiça, esqueci minha fala, vou ali e já volto". Desta vez não há como adiar nossas responsabilidades, como deixar para resolver na próxima encarnação. Todos nós possuímos livre-arbítrio. Ou mostramos que temos maturidade espiritual para limpar nossa casa e levar uma vida mais digna, ou nos declaramos derrotados antes mesmo de terminar as provas. Mas a escolha e a responsabilidade por ela sempre serão nossas.

Que os mais sensíveis me perdoem pela dureza do texto, mas quando se trata de Plutão lidamos com assuntos tabus, e não há como dourar um tema espinhoso. Se você está tendo dificuldade para lidar com a pressão do dia-a-dia, há vários posts no blog sugerindo maneiras de recuperar sua esperança e coragem. E há vários outros blogs e sites que oferecem perspectivas elevadas e saudáveis. Procure ajuda. Converse com seu padre, pastor, lama ou pai de santo. Consulte um psicólogo, psiquiatra, assistente social ou terapeuta holístico.

Há muitas opções para quem se dispõe a procurar ajuda. Mas todas elas implicam num mínimo de esforço de sua parte. E as ameaças do tipo "se você não fizer (ou me der) isso, eu vou me matar" não contam como esforço. A chantagem é um terreno traiçoeiro. Ela até pode compensar, por algum tempo, para repentinamente te deixar na mão quando você mais precisa. Cada um de nós está enfrentando seu inferno pessoal, e aquele que você chantagia pode simplesmente não estar com forças, tempo ou paciência para atender suas exigências.

Você pode brincar do que quiser, neste planeta. Mas na hora da chamada, a responsabilidade por guardar seus brinquedos e arrumar sua bagunça é só sua.

Título: referência à canção Travessia, de Milton Nascimento e Fernando Brandt.
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18 de jul. de 2010

Brincando nos campos do Senhor


Saturno está encerrando sua estadia em Virgem, e levará cerca de 28 anos para voltar a este signo. Zelosamente, temos colocado ordem em nossos cotidianos. Espanamos todas as prateleiras, organizamos as gavetas, jogamos o lixo (antes separando o que é bio-degradável), passamos a limpo a agenda... Somos o retrato da eficiência. E nos preparamos para abraçar, com a mesma seriedade, as tarefas que Saturno em Libra irá nos trazer.

Estamos tão ocupados planejando nossos próximos passos, que nos passa despercebida a noção de que, a qualquer momento, nossa viagem pode se encerrar. Abruptamente. Sem avisos, garantias, prorrogação de prazos ou devolução de nosso investimento. Por outro lado, se nos prendermos a esta percepção da transitoriedade, podemos nos perder num vazio sem sentido. Planejar e sonhar tornam-se inúteis, e o medo e a depressão se instalam.

A chave para sair deste dilema se resume em uma palavra: integridade. Viver de maneira autêntica, mostrando quem realmente somos, expressando nossos pensamentos e sentimentos de forma clara e inequívoca. Não deixar para dizer ou fazer amanhã, mas viver cada dia como se fosse o último. Procurar agir de forma a não ter arrependimentos. Mas, se nos arrependermos, procurar reparar o erro.

Espalhar nosso amor a mãos cheias, sem medo de que haja um estoque limitado. Rir sempre que possível, da vida e de nós mesmos, porque a vida já é difícil o suficiente sem que nós façamos um drama. "Perder" tempo admirando a beleza, lembrando que o cenário é fundamental para a peça.

Olhar o outro nos olhos, e realmente enxergar o ser humano que está diante de nós. Enfrentar as dificuldades com força e coragem, mas também com humildade, sabedores de nossas limitações.

E sonhar, sonhar sempre, porque na verdade somos apenas crianças, neste faz-de-conta que chamamos de Vida.

Para Telma, que agora está brincando com os anjos.

Título: referência ao filme At play in the fields of the Lord, do diretor Hector Babenco.
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28 de mai. de 2010

Começar de novo, e contar comigo... - Urano em Áries


Para aqueles que conseguiram se libertar da idéia de ser uma vítima das circunstâncias (Peixes), Urano entra em Áries anunciando uma nova fase de crescimento.

Áries é o pioneiro do zodíaco, aquele que desbrava o terreno desconhecido e abre uma trilha para que os outros possam segui-lo com mais segurança. Urano está à vontade neste signo, e promete uma mudança de paradigmas destinada a nos libertar do egoísmo, da violência, da competitividade, do autoritarismo, do militarismo e das guerras. Muito simples, não? Pois eu tenho novidades para você: Áries não é um signo complicado.

A energia Ariana é clara, simples e direta. E Urano, que nunca foi de esbanjar palavras, tem quatro a dizer: ou vai ou racha. É chegada a hora de sair de cima do muro, decidir em que tipo de mundo você quer viver, e arregaçar as mangas para construí-lo. Chega de filosofar, planejar, sonhar... É tempo de agir.

Se você vem fazendo o trabalho de conscientização requisitado pelos planetas, já deve ter percebido uma nítida mudança interna. As coisas que antes o irritavam profundamente, agora o deixam compadecido, indiferente, ou o fazem rir (da situação, dos outros, e de si mesmo). Apesar da sensação de urgência interior, você se descobre cada dia mais paciente, mais determinado a não perder seu equilíbrio por coisas que não pode mudar. E, claro, você já compreendeu que a única coisa que você pode mudar é você mesmo...

A pressão para se conformar, para agir como todo mundo, para SER como todo mundo, já não tem efeito sobre você. Aos poucos, você vem redescobrindo a imensa alegria de ser você mesmo. Aos poucos, algo começa a brotar dentro de você, algo que parece... como é mesmo?... será??? Auto-estima!

E, à medida que você re-aprende a se amar, todo o quebra-cabeças em que você vive começa a se encaixar... Você percebe que está exatamente onde deveria estar, e finalmente enxerga quais são os próximos passos a dar.

Urano em Áries traz a promessa de um novo mundo, onde não haja mais máscaras. Ele acena com a liberdade suprema de simplesmente viver, plenamente, sem subterfúgios ou esquemas mirabolantes.

Para alguns de nós, este é momento da alforria. Claro, ainda há aqueles que teimosamente continuam a dormir. Mas sobre eles eu falo outro dia, hoje estou feliz.

Título: referência à canção Começar de novo, de Ivan Lins e Vitor Martins.
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26 de mar. de 2010

Dinheiro, pra que dinheiro?... - Saturno em Libra


Plutão em trânsito em Capricórnio continua com seu lento trabalho de demolição das estruturas da sociedade. Este será um trânsito longo, e precisamos ter em mente que Saturno é o regente de Capricórnio. Isso significa que durante todo o trânsito de Plutão, os assuntos relativos aos signos pelos quais Saturno estará transitando serão muito importantes. Saturno tende a restringir e limitar os assuntos referentes ao signo que transita.

O signo de Libra é regido por Vênus, o que significa que a passagem de Saturno por Libra está interferindo com os temas Venusianos: relacionamento, auto-estima, sistema de valores, beleza e dinheiro. Portanto, se você anda preocupado com suas finanças ultimamente, e isso está afetando sua auto-estima, saiba que não é o único.

Saturno está pedindo que reavaliemos todas estas questões, pois é hora de crescer e amadurecer nestas áreas. Como em tudo o mais na vida, cada um reage a esta pressão de acordo com seu grau de consciência.

Aqueles que costumam aquilatar o seu valor pessoal pela quantia de dinheiro que têm, provavelmente estão se encaminhando para um processo depressivo, porque nas condições atuais, nenhuma quantia será suficiente. Os que acreditam que sua beleza física é seu único valor também se encaixam nesta categoria.

Quem acredita que nunca há o suficiente para todos, e que é preciso lutar para amealhar o necessário para si, está se tornando cada vez mais inquieto e agressivo. Os que esbanjam como se não houvesse amanhã podem entrar numa orgia de compras por puro pânico.

Os que agem como crianças, esperando que os pais, seu país, seu deus, tomem as atitudes necessárias, estão se sentindo abandonados, desprotegidos e desvalorizados. Os que se põem na condição de vítimas estão mais oprimidos do que nunca.

Mas, afinal, por que Saturno está interferindo com seu bolso? Porque ele quer que você pare um pouco para pensar. O que é o dinheiro realmente? É um meio de troca. O dinheiro foi criado como uma forma de trocarmos bens e serviços. A energia financeira é neutra, não é boa nem má. Tudo depende da maneira como a utilizamos. Se o dinheiro é um meio de troca, a maneira como lidamos com nosso dinheiro reflete a maneira como nos relacionamos com as pessoas, com o mundo em geral. O que você precisa aprimorar em seus relacionamentos?

Saturno quer que você dê uma boa olhada naquilo que realmente tem importância para você, e no porque desta importância. Qual é a base de seu sistema de valores? O que realmente não pode faltar em sua vida? Como você age, e o que está disposto a fazer, para conseguir o imprescindível?

É hora de fazer uma avaliação honesta: pra que você precisa de dinheiro?

Título: referência à canção Pra que dinheiro, de Martinho da Vila.
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5 de mar. de 2010

Eu não moro mais em mim... - Lua


Se muitas pessoas reprimem sua energia solar, um número ainda maior está desconectado de seus impulsos lunares.

A Lua indica a maneira básica como você expressa suas emoções, o que você precisa para se sentir seguro e "em casa". Se você não satisfaz suas necessidades lunares, o resultado é uma sensação de alienação, de insegurança profunda, de amortecimento. A partir daí surgem as fobias, os ataques de pânico, os comportamentos compulsivos.

Quem não vive seu Sol não se permite ser. Quem não vive sua Lua não se permite sentir. E quem já perdeu o contato com ambos, anda pela vida como um robot, desempenhando seus diferentes papéis e esperando que a morte traga o descanso final.

Mais do que nunca, hoje precisamos honrar nossa bagagem emocional. A vida já é muito difícil sem que você torture a si mesmo. É hora de olhar para dentro, e ver o que este ser humano assustado e inseguro que atende pelo seu nome precisa.

E antes que você fique nervoso com mais uma tarefa a desempenhar, uma boa notícia: a Lua normalmente se satisfaz com gestos muito simples. Pequenas coisas e atitudes no cotidiano podem fazer toda a diferença.

Por exemplo, uma Lua em Touro se sente reconfortada com uma refeição quentinha, uma roupa macia, um sofá confortável. Uma Lua em Sagitário se anima com uma boa caminhada, um bom livro, um bom filme.

Nunca é demais repetir: você é a pessoa mais importante de sua vida. Quando você se for, a vida vai prosseguir, mas você não estará mais participando dela. Portanto, antes de mais nada, cuide de si mesmo. Procure se proporcionar um pouco mais de consolo, um pouco mais de respeito, um pouco mais de alegria.

Não, isto não é egoísmo. É auto-estima. Um recipiente só pode distribuir aquilo que tem dentro de si. Se você se permitir ficar vazio, o que você terá para dar? O mundo precisa da sua contribuição, mas você precisa começar com uma pessoa muito especial: você mesmo.

Título: referência à canção Metade, de Adriana Calcanhotto.
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1 de mar. de 2010

Eu sinto o prazer de ser quem eu sou... - Sol


Na complexidade da vida atual, é fácil perdermos o rumo de casa. Estamos tão ocupados desempenhando os vários papéis que assumimos que não sobra tempo para sermos nós mesmos.

À medida que nossa alienação aumenta, diminui nosso prazer de viver. Esquecemos de observar a beleza que nos cerca, para apenas perceber a poluição. Adiamos indefinidamente o relaxamento e prolongamos o desgaste. Priorizamos o dever e consideramos fútil o gostar. Presos à burocracia, não temos tempo para aqueles que amamos.

Fazemos planos para o ano que vem, o próximo mês, a outra semana. Mas e se não houver amanhã? Enquanto leio, com o coração apertado, sobre os terremotos, tsunamis, enchentes, desmoronamentos e outros desastres naturais, o número de vidas ceifadas me impressiona. E eu não consigo deixar de me perguntar quantas destas vidas foram vividas em sua plenitude. Quantas destas pessoas não foram surpreendidas no meio do planejamento?

Um tema recorrente em meus textos tem sido a necessidade de acordarmos. A vida está acontecendo agora, neste minuto, e ela não espera por ninguém. Ela não aguarda que você tenha tempo, dinheiro, disposição, agenda... E enquanto você planeja, ela passa.

Dê uma boa olhada no espelho e se pergunte quem é esta pessoa. Não olhe para as rugas, a celulite, os cabelos muito lisos ou muito crespos. Olhe nos olhos, e procure encontrar o dono desta casa que você chama de corpo. Se você não faz isso há muito tempo, é provável que esta seja uma experiência difícil. Mas após a estranheza inicial, aos poucos surge o reconhecimento. _Ah, este sou eu! Que saudade de mim...

Mesmo que você saiba que reencarnamos muitas vezes e vivemos várias vidas, ESTA vida é a única que você, este ego, esta personalidade que carrega o seu nome, vai viver. E é importante que este ego se manifeste, se expresse. Você não está vivendo a vida de seus pais, seus filhos, seu artista preferido. Esta é a SUA vida, e cabe a você decidir a melhor maneira de vivê-la.

Sacuda a poeira da acomodação e reavalie sua trajetória. Tenha a coragem de ser o personagem principal do seu filme. Afinal, você não acha que Deus se deu ao trabalho de criá-lo só para fazer figuração, não é?

Título: referência à canção Agora só falta você, de Rita Lee e Luiz Sérgio Carlini.
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17 de set. de 2009

Eu sou a luz das estrelas...


Cada ser humano é um universo em si mesmo. Cada um de nós é uma centelha divina, plena de recursos, na maioria inexplorados. Andamos pela vida às cegas, desconectados desta centelha interior, e o resultado desta cegueira pode ser visto em nossa sociedade.

Esquecemos nossas origens, esquecemos quem realmente somos. Vagamos ao léu, na esperança de que algo, ou alguém, finalmente nos ancore. Procuramos fora de nós mesmos a resposta que se encontra em nosso interior.

Como recuperar esta conexão? Há muitas opções, cada uma oferecendo uma atração particular a determinado tipo de personalidade. O que me atrai é a astrologia. A linguagem simbólica, para mim, expressa o inexprimível. A idéia de possuir um mapa do caminho, um roteiro de viagem, é fascinante.

O mapa, para mim, funciona como um manual de instruções. Ele descreve a maravilhosa caixa de ferramentas que tenho à minha disposição, bastando que eu opte por utilizá-la. Cada pequeno detalhe do mapa indica uma habilidade multifacetada, que eu posso explorar como me apetecer. Quero apenas um uso básico, para o dia-a-dia? Tudo bem, a ferramenta se presta a isso, e continua ali na caixa, caso um dia um mude de idéia. Quero me especializar no seu uso? Tudo bem, posso ir adestrando minha capacidade a níveis cada vez mais complexos.

Tenho livre arbítrio. Eu escolho o nível de competência que quero desenvolver. Eu escolho o nível de consciência que quero atingir. Posso ser apenas alguém que quebra um galho, quando algo precisa ser pregado, ou posso me tornar uma exímia carpinteira. Mas, com meu mapa nas mãos, uma coisa não voltarei a ser: alguém sem rumo.

Tudo o que faz parte de sua caixa de ferramentas é seu. Tudo foi conquistado a duras penas, em muitas encarnações. Seria uma pena deixar tudo isso enferrujando, aguardando uma próxima oportunidade. Use os dons que você possui. Ninguém mais pode fazer isso por você.

Título: referência à canção Gita, de Paulo Coelho e Raul Seixas.
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13 de set. de 2009

Quero o abrigo do teu abraço...


Vivemos num mundo mergulhado na dualidade. Claro/escuro, quente/frio, seco/molhado, branco/preto. Compreendemos os conceitos em função de seus opostos, e na época atual, a tensão entre estes opostos está cada vez mais acentuada.

Saturno em Virgem está formando uma oposição exata à Urano em Peixes durante o período de 10 a 17 de setembro (ver Nem tanto ao mar, nem tanto à terra), intensificando o desconforto.

A batalha entre a luz e as trevas está em pleno andamento, e cada ser humano no planeta está sentindo a urgência interior que clama por um posicionamento. Afinal, quem é você? De que lado você está?

Antes de responder, é importante lembrar que, por vivermos numa realidade dual, tendemos a projetar no(s) outro(s) tudo aquilo que nos incomoda. Mesmo o mais ferrenho criminoso tende a pensar que está corrigindo alguma injustiça que foi cometida contra ele. O impulso para procurar um bode expiatório, responsável por nossas agruras e sofrimentos, é universal.

Então, antes de nos proclamarmos "seres de luz" e sairmos por aí dizimando os "seres das trevas", seria interessante darmos uma boa olhada dentro de nós mesmos. Assim como a luz, a escuridão vive dentro de nós... e o palco principal desta guerra também.

Então, como guerrear? Como derrotar as trevas internas? Antes de mais nada, compreendendo que o objetivo não é "derrotar", mas sim entender, aceitar, perdoar e integrar nosso lado mais escuro.

É impossível viver num planeta como o nosso sem algum tipo de imperfeição. A perfeição absoluta, a luz plena, brilha com tanta intensidade, numa freqüência tão elevada, que a matéria é incapaz de contê-la. No entanto, somos ensinados, desde pequenos, que somos "culpados" por nossos erros (e pelos erros de nossos pais e até de um certo Adão).

Como aprender sem errar? Observe um bebê aprendendo a sentar. Ele faz um esforço tremendo por um resultado que dura alguns segundos, e então começa a escorregar, para um lado ou para o outro. E, enquanto escorrega, ele ri. Para aquele bebê, ainda não contaminado pelo conceito de culpa, o ato de aprender, e os erros envolvidos no processo, são divertidos! Ele não se julga um mau bebê por escorregar umas tantas vezes até aprender a sentar sozinho...

É esta inocência que precisamos, urgentemente, recuperar. Ao assimilar que os erros são parte indispensável do processo de aprendizagem, nós superamos a culpa e nos capacitamos a aceitar e perdoar nossas imperfeições. Ao abraçarmos nossa parte "escura", o alívio por sermos finalmente amados por inteiro toma conta de nós. E este alívio tende a transbordar, atingindo a todos ao nosso redor, num abraço cósmico.

Este abraço tem um nome: compaixão. E esta é a única forma de vencer esta batalha, dentro e fora de si mesmo. Abrace sua criança interior, e mostre a ela o quanto ela é valente por tentar, sempre, aprender.

Título: referência à canção Cruzada, de Tavinho Moura e Márcio Borges.
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27 de jul. de 2009

E minha barriga livre, pra gerar seu filho... - casa 5


Todo ser humano possui dentro de si o impulso para criar.

Alguns manifestam este impulso de maneira artística, criando canções, pinturas, esculturas, etc. Outros, criam novas tecnologias, metodologias, estratégias. Alguns criam filhos. Outros, criam pequenas coisas no cotidiano, como uma nova receita de bolo.

Algumas criações se tornam famosas, atraindo a atenção mundial. Outras, passam despercebidas no tumulto da vida moderna.

A criatividade pode ser utilizada para alterar profundamente o rumo da humanidade, ou simplesmente para alegrar o seu dia. Independente do alcance de suas criações, o que realmente importa é o ato de criar, em si. Se você parar para observar, perceberá que nenhuma recompensa ou reconhecimento que venha a receber devido ao que criou se iguala à satisfação sentida ao expressar este impulso.

Quando este caminho é bloqueado, caímos em depressão e nos sentimos sem valor. Quando reconhecemos e honramos nossa criatividade, aprendemos a respeitar a nós mesmos.

Na sociedade materialista em que vivemos, a criatividade tende a ser medida e valorizada na razão direta em que gera lucro, fama ou poder. Assim, a maioria das pessoas, se perguntada, dirá que não é criativa.

Estamos nos habituando a projetar nosso potencial criativo nos famosos do momento. A arte, como um todo, vive um momento de mesmice, em que se reciclam velhos conceitos. A tecnologia depende da aprovação de grandes grupos para poder ser implantada. A criação de filhos é desprezada como uma atividade "primária" e típica de países de terceiro mundo (seja lá o que for que isso signifique). E o ser humano sente-se cada vez mais impotente.

Nossa potência reside na nossa capacidade de criar. Temos que reconhecer esta capacidade dentro de nós mesmos.

Somos produto da Criação. Cada um de nós é uma pequena obra de arte, destinada a criar beleza e harmonia. É hora de reivindicarmos nossa herança.
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A casa 5 trata da criatividade em todas as suas manifestações, e por extensão, o que nos dá prazer, seja um romance ou um hobby.

Título: referência à canção Mãos de afeto, de Ivan Lins e Vitor Martins.
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Partilhe suas experiências: Como você manifesta sua criatividade? Qual a situação de sua casa 5?
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9 de jul. de 2009

É pau, é pedra, é o fim do caminho...- Quando a esperança esmorece


Há momentos em que parece não haver uma saída no fim do túnel.

Não há nem ao menos o alívio de atingir o fundo do poço, porque o poço parece ser infinito.

Nos sentimos alienígenas, caminhando por uma terra estranha. E por mais que nos esforcemos, não conseguimos compreender os costumes locais.

Como recuperar as forças? Como encontrar coragem para continuar a caminhada? E, mais importante ainda, por que continuar?

Porque, mesmo que não seja evidente no momento, vale a pena. Porque estamos plantando sementes há muito tempo, e elas demoram a germinar. E seria uma pena perder a floração.

Porque, por mais tênue que seja a luz de uma vela, ela ainda é mais forte e mais bonita que a escuridão.

Porque mesmo nos momentos de maior solidão, nunca estamos realmente sós. Há seres que velam por nós, mesmo que não possamos percebê-los.

Porque temos companheiros de jornada que contam conosco para prosseguir.

Porque por mais difíceis que as circunstâncias se revelem, tudo é temporário, e o alívio pode se encontrar muito mais próximo do que imaginamos.

Porque somos muito mais fortes e belos do que podemos perceber.

Porque já caminhamos há muito, muito tempo... E estamos quase chegando em casa.

Que se abram os seus caminhos... E que a Luz guie seus passos.

Título: referência à canção Águas de março, de Tom Jobim.
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17 de jun. de 2009

A gente não quer só comida... - casa 2


O tempo está passando cada vez mais rápido.

Cada dia temos menos tempo para dar conta de nossas tarefas, e parecemos correr contra o relógio. Nesta vida agitada que levamos, algumas coisas se perdem pelo caminho.

É preciso, mais do que nunca, priorizar. Cada ser humano é único, e percebe a vida a partir de um prisma diferente. Cada um monta sua lista de prioridades de acordo com seus valores, suas necessidades.

Saturno (tempo) em trânsito pelo signo de Virgem (organização) pede que você defina o que tem importância para você. O que é importante é aquilo que tem valor (Vênus) para você. Já discutimos o quanto o arquétipo de Vênus está desfocado em nossa sociedade (ver Vamos todos, numa linda passarela...). E na sua vida pessoal, como Vênus está atuando?

O que você sente que não pode faltar na sua vida? Quais são as suas necessidades básicas? Pelo que vale a pena lutar? Do que você não abriria mão?

Estamos correndo às cegas atrás do pão de cada dia. E no esforço para colocar este pão na mesa, às vezes nos esquecemos das razões para fazê-lo. Há quanto tempo você não olha nos olhos daqueles que partilham deste pão com você? Se você morresse amanhã, do que as pessoas mais sentiriam falta? Do pão? Com certeza não, porque a fome é um impulso poderoso, e elas logo encontrariam outra forma de providenciar o pão. Mas você faria falta.

Então, que tal olhar um pouco para dentro, e descobrir do que você é feito? Quais são suas qualidades? No que você é bom? O que torna você uma pessoa bonita?

No mapa, a casa 2 está relacionada com todas estas questões. E está na hora de você se dar valor.

O que te alimenta?

Título: referência à canção Comida, de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito.
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9 de jun. de 2009

Rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa... - Quando Vênus adoece - parte três


Quando o significado de Vênus é completamente corrompido, o narcisismo se instala.

O narcisista é totalmente obcecado por si mesmo, num egocentrismo gigantesco que não deixa espaço para mais nada. Muito menos para o amor. Afinal, é impossível colocar mais Vênus numa vida que já está transbordando de questões venusianas, certo?

E quando digo que não há espaço para o amor, eu estou falando inclusive do amor-próprio. Porque não se engane, o narcisista não ama a ninguém, nem a si mesmo.

Aquelas horas intermináveis diante do espelho escondem uma profunda insegurança.

A incapacidade de pensar em outra pessoa ou outra coisa além de si mesmo revelam um profundo desequilíbrio emocional.

Quando o espelho se torna o referencial maior na sua vida, algo está faltando.

E o que está faltando é, por incrível que pareça, Vênus.

Falta uma compreensão maior do que realmente tem valor na vida. Falta auto-estima. Falta valorizar o amor que você recebe (e nem percebe, porque só enxerga o espelho). Falta perceber a beleza que existe ao seu redor.

Quando Vênus adoece, a primeira coisa que desaparece é... Vênus. E uma vida sem Vênus é tudo, menos agradável.

Como recuperar a sanidade perdida? Como em qualquer problema emocional, o primeiro passo é reconhecer que existe um problema. Enquanto a pessoa não for capaz de perceber sua dor, o alívio é impossível.

Reconhecido o problema, cada indivíduo reage de uma maneira diferente. Alguns necessitam de auxílio terapêutico, outros de terapia associada à medicação para combater a ansiedade, e talvez casos mais severos necessitem de internação.

Após a terapia, o melhor remédio é exercitar, aos poucos, as virtudes atrofiadas de Vênus. Lembre-se, o semelhante cura o semelhante. Se o problema está em Vênus, a solução também.

Então, passo a passo, que tal reaprender a amar?

Como?

Sendo amoroso. Dedicando um pouco de seu tempo a fazer alguém feliz. Levando conforto a alguém. Fazendo algo que torne a vida de alguém mais bonita.

E, aos poucos, à medida que você conseguir recuperar o verdadeiro sentido de Vênus, talvez você consiga dar o próximo passo e atingir a compaixão de Netuno, que é a oitava superior de Vênus.

E então, só então, você vai descobrir o significado da palavra "beleza".


Título: referência ao poema Sacred Emily, de Gertrude Stein.
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7 de jun. de 2009

O que eu quero? Sossego... - Quando Vênus adoece - parte dois


Como Vênus trata de valores, o principal meio de troca na sociedade é também regido por ele. Estamos falando de dinheiro.

É o dinheiro que possibilita que você arque com todo aquele incessante ritual de beleza. É ele que permite que você adquira todos aqueles maravilhosos objetos que proporcionam conforto (que, por sinal, também é regido por Vênus). Sabe, aquelas coisas sem as quais você não pode viver, como ursinhos de pelúcia e travesseiros de pena de ganso...

Vivemos num planeta muito interessante. A capacidade do ser humano de criar necessidades artificiais é infinita. Você consegue imaginar uma época em que as pessoas viviam sem cartão de crédito?

Então, nesta nossa maravilhosa sociedade moderna, para que você possa atingir aquele ideal de beleza (Vênus), e desfrutar de todo conforto (Vênus), você precisa de muito dinheiro (Vênus). Não é à toa que nossos valores (Vênus) estão invertidos.

Afinal, quem tem tempo para se importar com o número de pessoas por minuto que morrem de fome, frio ou falta de assistência médica, quando se está trabalhando a todo vapor para pagar a próxima cirurgia plástica ou o próximo período num spa?

Cadê paciência para lidar com aquele parente idoso e carente que teve o mau gosto de envelhecer?

Onde arranjar compaixão por quem está enfrentando um câncer, quando a vizinha tem uma história pavorosa pra contar sobre a prima que procurou um cirurgião para fazer um implante nos seios e acabou ficando com uma (oh, horror!) cicatriz?

Quem pode pensar nos pobres que não têm um cobertor, quando está economizando para comprar aquele vestido maravilhoso?

É claro que você ajudaria a doméstica a comprar remédio para o filho doente, mas justo este mês você tem que pagar o seguro do carro novo...

Ah, vivemos em tempos tão stressantes...

Só de pensar nisso, você já criou várias rugas novas, e TEM que comprar aquele novo creme anti-envelhecimento...


Título: referência à canção Sossego, de Tim Maia.
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5 de jun. de 2009

Vamos todos, numa linda passarela... - Quando Vênus adoece


Vênus é aquilo que você ama, o que é belo, o que tem valor para você.

Nunca, na história da humanidade, vivemos uma época em que o arquétipo de Vênus tenha sido tão distorcido como nos tempos atuais. Já houve casos extremos, dentro de uma ou outra cultura em particular, mas o fácil acesso e agilidade dos meios modernos de comunicação e propaganda criaram um panorama mundial desalentador.

Não importa o quão jovem ou bonita você seja, tenha certeza de que não é o bastante. Sempre, sem exceções, há algo que você pode aprimorar a seu respeito. Você duvida? Então, provavelmente, você tem vivido numa ilha completamente isolada da civilização.

Afinal, quem ainda não ouviu falar do novo método revolucionário para deixar suas sobrancelhas absolutamente perfeitas, seu corpo impecavelmente depilado, sua pele milimetricamente hidratada, seus cabelos da tonalidade certa e com um caimento incomparável, seus cílios irresistíveis?

Isso, claro, no caso de você ser jovem e linda e (quase) perfeita.

Porque se você faz parte daquela infeliz parcela da humanidade que não conseguiria nem se inscrever num concurso de beleza (quanto mais, vencê-lo), a situação é mais grave.

Mas veja bem, eu disse mais grave, não insolúvel. Porque afinal, existem os cremes, os aparelhos de ginástica, as dietas, os perfumes, as maquiagens, os lasers, as injeções, as micro e macro cirurgias, as próteses...

Cansada, após passar por isso tudo? Nem pense em descansar! Agora vem a segunda parte do processo, quase tão importante quanto a primeira: a embalagem. Para ser um produto perfeitamente aceitável, você tem que saber usar a roupa do momento, equipada com todos os acessórios indispensáveis, entre eles aquele sapato de salto alto que com o tempo vai deformar, definitivamente, seus pés (não reclame: as mulheres chinesas antigamente compreendiam a importância disso).

Finalmente, tudo pronto, toda e qualquer imperfeição devidamente erradicada ou disfarçada, é hora de se colocar na vitrine. Mas veja lá, hein? Não vá esquecer da manutenção! A beleza de hoje amanhã já estará passada, e este seu corpo humano tem o péssimo hábito de criar novas falhas.

Isso sem contar aquele inimigo implacável: a idade. Sim, porque você não quer envelhecer quer? O ideal é manter este corpinho jovem e maravilhoso eternamente, seja a que preço for. Afinal de contas, o que importa se enquanto você passa o tempo na frente do espelho, a vida passa pela janela?

Afinal, você não quer que ninguém perceba aquele defeitinho que ainda não foi possível consertar, quer? Sabe, aquele que chamamos de VIDA.


Título: referência à canção Aquarela, de Toquinho, Vinícius de Moraes, G. Morra, M. Fabrízio.
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