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13 de ago. de 2009

Vem, me dê a mão, a gente agora já não tinha medo...


Para manter sua casa limpa, arejada e hospitaleira, de tempos em tempos você precisa fazer uma faxina geral. Ir de cômodo em cômodo, limpando e organizando do teto ao piso, sem desprezar nenhum ângulo. Jogar fora o lixo, consertar o que está quebrado, doar o que não tem mais utilidade para você ou simplesmente é excessivo.

Na alquimia, o ritual externo realizado afeta o conteúdo psíquico interno. Ao limpar sua casa, você indica a predisposição para remover as impurezas mentais e emocionais que mancham suas percepções. Ao consertar o que está defeituoso, você demonstra que está disposto a sanar suas deficiências. Ao organizar seus pertences, você abre espaço para um novo paradigma, mais condizente com seu atual estado evolutivo. Ao doar o que se tornou supérfluo, você mostra disponibilidade para partilhar o que aprendeu. Por isso, não é de surpreender que quando empreendemos uma faxina geral, sentimos nossa energia interna se movimentando.

Uma das primeiras reações quando uma pessoa entra em depressão é o desleixo com a ordem e a higiene diárias. "Amanhã eu faço" se torna uma espécie de mantra diário. E, quando a confusão já impera, a mera idéia de começar a limpar já desanima, e o mantra é substituído por "quem se importa"?

Quando a morte leva alguém que amamos, a tarefa de separar e organizar seus pertences exige boa dose de força. Alguns levam meses ou até anos para conseguir executá-la. Instintivamente, sabemos que o fato de arrumar as coisas de quem já se foi colocará nossas energias em movimento, e algumas pessoas não conseguem encarar a possibilidade de seguir em frente sem a pessoa amada.

Todo crescimento implica em mudança. É impossível amadurecer sem passar pela transformação do velho. O carvalho majestoso em nada lembra a bolota que o originou. A vida é um processo constante em direção a uma maior plenitude emocional, mental e espiritual. Tudo que estaciona acaba por estagnar e deteriorar.

O planeta Terra está passando agora por uma grande onda de renovação. A faxina geral está em andamento, e nada ficará intocado. Sentimos a movimentação das energias dentro e fora de nós, e a inquietação toma conta de todos. Como enfrentar estes momentos?

Colaborando com o movimento, ao invés de lutar contra ele. Disponha-se a colocar ordem na sua casa, literal e figurativamente. É hora de lavar a roupa suja, organizar as gavetas, saldar as dívidas. É hora de descartar o velho para que o novo possa se manifestar.

O trânsito de Netuno e Júpiter por Aquário traz a oportunidade de curar velhas feridas, abandonar séculos de ressentimentos e preconceitos e dar um novo sentido à palavra "humanidade".

Alguns de nós esperávamos por este momento há muito, muito tempo. O convite já foi feito. Cabe a cada um responder ao chamado, dando o melhor de si. É hora de tirar a "porcelana boa" das prateleiras. Esta ceia promete ser muito especial.

Título: referência à canção João e Maria, de Chico Buarque e Sivuca.
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9 de abr. de 2009

O caminho da transmutação


A humanidade evolui lentamente. Aparentemente, somos muito diferentes de nossos antepassados, desenvolvemos novas regras e padrões de vida. Mas sob a superfície, nós nos debatemos com os mesmos problemas. As pessoas ainda se deixam guiar pela ganância, pela luxúria, pela sede de poder, pelo medo da morte. O homem primitivo está vivo e bem, em pleno século XXI.

Carregamos o peso de todas as questões não-resolvidas das gerações que nos antecederam. O inconsciente coletivo está literalmente transbordando. Nunca, na história da humanidade, houve tamanho caos a nível mundial. Todas as estruturas da sociedade moderna estão comprometidas, e nunca o ser humano teve que se confrontar com tamanha incerteza.

Ao mesmo tempo, nunca houve tantos portais para novas idéias, para uma expansão da consciência coletiva. O inconsciente não é apenas o repositório do lixo psíquico, mas também uma fonte de criatividade e inspiração para quem consegue navegar em suas águas.

A humanidade atravessa uma época plena de oportunidades, um período realmente raro. Todos os três planetas exteriores (Urano, Netuno e Plutão), que estão relacionados a mudanças profundas de consciência, estão transitando pelos três últimos signos do zodíaco (Capricórnio, Aquário e Peixes), indicando claramente que toda uma fase está sendo concluída, está ocorrendo um desfecho a nível mundial. Coletivamente, estamos prestes a encerrar um capítulo de nossa história.

Plutão tende a eliminar o excesso daquilo que toca, deixando apenas o que é realmente essencial. Ele destrói o que foi pré-estabelecido, para propiciar o renascimento de algo infinitamente mais valioso. Sua ação é lenta e inexorável, e ele não admite oposição.

Capricórnio, como já vimos, está relacionado com toda a estrutura da sociedade atual. Câncer envolve as questões de lar e família, e Libra as de parceria. Plutão está se preparando para uma limpeza profunda, e não é de surpreender que as pessoas estejam se sentindo inquietas.

Muitos "profetas" da Nova Era (inclusive alguns astrólogos) estão muito ocupados aumentando ainda mais esta inquietação, num comportamento típico e previsível em épocas de crise. Este, obviamente, não é o objetivo deste blog. Ele objetiva focar na infinita capacidade de recuperação do ser humano.

Se você está num estágio de evolução para isto estar ocorrendo durante sua vida, é porque você está preparado para lidar com estas questões, e já possui as ferramentas necessárias para fazê-lo. Ninguém nasce por acaso, e você está no lugar certo, na hora certa.

O momento é de olhar para dentro, procurar no seu próprio interior o que deve ser liberado, o que se deve deixar ir, o que não serve mais aos seus propósitos. À medida que abrimos mão de nossas idéias pré-concebidas, de nossos preconceitos, de nossos medos, vamos criando um espaço livre para as novas idéias, os novos conceitos, a nova estrutura de realidade.

Estamos vivendo em tempos perigosos, sim. Mas são tempos ricos em potencial, também. Se você conseguir não desperdiçar seus esforços tentando agarrar aquilo que já não contribui para seu crescimento, terá mais energia para criar aquilo com que sempre sonhou.
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31 de mar. de 2009

Dentro de mim mora um anjo...


Vamos falar um pouco sobre a origem do termo "transmutação". Eu já expressei o ponto de vista de que este termo tem sido usado de forma abusiva por muitos seguidores da "Nova Era", a ponto de ter praticamente perdido seu sentido original. Então, vamos tentar recapturar seu significado.

A transmutação faz parte do processo alquímico. Os alquimistas dedicavam-se a um processo destinado a transformar a prima materia (matéria primordial, matéria prima) em pedra filosofal. Toda a opus (obra, o trabalho alquímico em si) visava esta transformação.

Para proteger seus esforços das interferências dos não iniciados, os alquimistas empregavam uma linguagem altamente simbólica, repleta de significados astrológicos e alegorias. Assim, seu objetivo era transformar chumbo (Saturno) em ouro (Sol). Naquela época, Saturno era considerado o último planeta do nosso sistema solar (Urano, Netuno e Plutão ainda não haviam sido descobertos). Portanto, ele simbolizava o limite exterior, além do qual era impossível continuar. Esta simbologia é muito rica, e permite uma miríade de interpretações. Uma delas é a de que se deve partir do exterior (Saturno) para o interior (Sol).

Esta transformação de chumbo em ouro evidentemente não é uma simples transformação. Um elemento deve passar por um processo que vai torná-lo um outro elemento, completamente diferente. É necessário mudar a própria configuração atômica do elemento. Esta transformação, que altera a própria essência do que é transformado, é chamada transmutação. E, à medida que estudamos mais profundamente o assunto, vemos que na verdade a essência verdadeira sempre esteve presente, mas estava oculta de alguma forma, inacessível, e o processo alquímico vem libertá-la.

Este é o verdadeiro significado da palavra transmutação. Uma transformação tão profunda que altera a sua essência. Ou, melhor ainda, uma transformação tão intensa que liberta a essência do que você verdadeiramente é, mas desconhecia até então. Um termo assim não deveria ser empregado levianamente, mas infelizmente é o que tem acontecido. Muitos cursos e técnicas prometem a transmutação a varejo e atacado, como se fosse mais uma miscelânea milagrosa entre tantas que grassam nesta época sedenta por respostas.

Eu mencionei que se deve partir do exterior para o interior. Ou seja, as respostas não se encontram lá fora, mas dentro de cada um de nós. O ouro alquímico (sua essência, aquilo que você realmente é, sua luz) está dentro de você, esperando que você faça o esforço (opus) necessário para transmutar o chumbo (suas limitações, restrições, medos, paradigmas, apego à matéria).

É óbvio que este não é um objetivo que se atinja de um dia para o outro, apesar de parecer assim quando finalmente é atingido. Quando um bebê nasce, parece incrível que num minuto não havia nada ali, e no minuto seguinte há uma nova vida. Mas para que esta nova vida fosse possível, foram necessários nove meses de gestação, e muitas horas de trabalho de parto.

Plutão é o agente que propicia esta transmutação, este nascimento do Self, finalmente integrado. Assim como no parto de um bebê, é necessário todo um trabalho de preparação, que às vezes pode levar toda uma vida (ou várias vidas). E não há garantias de um parto sem dor, porque complicações de última hora sempre podem ocorrer. Mas o milagre da vida faz tudo valer a pena.

Nos próximos posts iremos discutir o trabalho de Plutão sob vários ângulos, mas sempre que eu mencionar transmutação, estarei me referindo ao significado explanado neste texto.


Título: referência à canção Dentro de mim mora um anjo, de Sueli Costa e Cacaso.
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