24 de abr. de 2010

A gente não consegue ficar indiferente...


Em 2010, existe uma sensação de tensão interna que tende a aumentar à medida que os meses passam. A angústia parece ir se acumulando, e às vezes fica difícil pensar com clareza. Um nó no peito, uma sensação de peso no coração.

Saturno em Virgem está formando uma oposição exata a Urano em Peixes durante o período de 24 de abril a 01 de maio, intensificando a pressão. Para saber mais a respeito deste trânsito, veja os posts Nem tanto ao mar, nem tanto à terra e Quero o abrigo do teu abraço.

Inteirar-se das últimas notícias não ajuda nem um pouco. Ao redor do mundo, as catástrofes coletivas parecem se suceder. Nosso coração se confrange diante do sofrimento alheio, e surge o medo de que sejamos os próximos. Como manter o otimismo e a esperança diante deste quadro?

Conhecer um pouco sobre a espiritualidade ajuda. Não que as pessoas espiritualizadas sejam imunes ao sofrimento ou à ansiedade, mas um embasamento filosófico e prático fornece as ferramentas necessárias para fortalecer nossas emoções. Compreender as raízes do sofrimento, suas causas e finalidade torna o fardo mais leve. Conseguir, de uma maneira ou de outra, auxiliar nosso semelhante nos dá motivo para prosseguir.

Não existem respostas fáceis, ou fórmulas fixas e universais. Assim como a humanidade, a verdade é multifacetada e cambiante. As soluções de hoje podem não ser mais válidas ou úteis amanhã, porque nossa compreensão e perspectiva estão em constante crescimento. E esta é justamente uma das grandes belezas da vida humana: a continuidade do aprendizado. Somos seres mais sensíveis, maduros e sábios hoje do que éramos há dez anos atrás. E daqui a dez anos, teremos crescido muito mais.

Alguns de nós conseguem amadurecer de maneira mais suave, sem grandes crises de identidade. Mas estes casos são a exceção. Para a maioria, a conscientização é conquistada a duras penas. A vida nos esculpe, lentamente, suavizando nossos contornos e retirando nossas arestas. O processo é doloroso, e muitas vezes não conseguimos atinar com o objetivo final, e nos perguntamos o que a vida (ou Deus) quer de nós.

Eu presumo que a ostra não tem conhecimento do que ocorre em suas entranhas. A única coisa que ela percebe é a irritabilidade causada pelo grão de areia original. Aos poucos, a tensão constante vai se tornando dolorosa. E então, numa tentativa desesperada de arrefecer a dor, ela começa a lenta e laboriosa construção de suas defesas. Para a ostra, imagino que não exista uma visão de altas conquistas, além da pura necessidade de fazer cessar a irritação e a dor.

Neste imenso mar de consciências que é o planeta Terra, somos pequenas ostras nos debatendo com nossos grãos de areia interiores. A diferença é que, para nós, é possível a busca de um significado maior, o vislumbre das possibilidades que se descortinam se conseguirmos superar nosso sofrimento. Podemos ser co-criadores, conscientes da luz que habita em nós. Podemos colaborar conscientemente com o objetivo final. Estamos criando uma pérola de grande beleza e valor, e saber disso nos dá a coragem e a esperança necessárias para continuar.

Título: referência à canção Lá vou eu, de Rita Lee e Luiz Sérgio Carlini.
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