18 de fev. de 2009

O retorno de Urano e a crise de meia idade


À medida que os planetas vão se distanciando do Sol, seu ciclo é mais lento. Urano faz parte dos chamados planetas exteriores, ou seja, planetas mais distantes do Sol, que ficam além da órbita de Saturno, e geralmente influenciam toda uma geração de pessoas, ao invés de ter um efeito mais individual.

O ciclo de Urano através do zodíaco leva cerca de 84 anos. Portanto, ninguém experimenta mais do que um retorno de Urano, e muitos não chegam a viver esta experiência. A meio caminho do retorno, em torno dos 42 anos, ocorre a oposição de Urano. Urano em trânsito fica exatamente no signo oposto ao que ele ocupava no momento de seu nascimento. Esta é a famosa crise da meia idade.

Durante toda a sua vida, Urano tenta chamá-lo para brincar além dos muros, para se arriscar além da segurança pré-estabelecida pelas experiências das gerações anteriores. Ele quer que você tenha a coragem de ousar, de inovar, de ser realmente único e original.

Todos nós temos Urano no mapa, mas são poucos os que atendem conscientemente ao seu chamado. A maioria das pessoas ainda se encontra presa ao confinamento Saturnino, muito acomodada e receosa de qualquer inovação. Então, Urano surge de maneira inesperada, abrupta, e às vezes, violenta. Surge a demissão repentina, o divórcio, o acidente. E, ao invés de tentar crescer e expandir seus horizontes através destes eventos, você tenta desesperadamente manter o status quo. Ou, na contramão, você tenta furiosamente se libertar de toda e qualquer restrição, na busca da liberdade total, sem compreender que para ser livre é necessário primeiro desenvolver a responsabilidade de Saturno. E assim vamos avançando, meio às cegas, pela vida.

Quando o retorno de Urano chega, a grande maioria das pessoas apenas repetiu automaticamente os erros e tropeços das gerações anteriores. Há uma grande amargura, a sensação de haver desperdiçado a vida no cumprimento de deveres infindáveis. Surge a vontade imperiosa de abandonar tudo, de ser realmente independente, de ser finalmente livre. Mas para quem viveu sempre apegado à matéria, a única libertação é através da morte, e a morte é ainda o grande desconhecido, a fronteira final, que gera um terror quase incontrolável.

Então, surgem os paradoxos da velhice: por um lado, a pessoa se recusa a seguir a dieta ou a medicação recomendada pelo médico (rebeldia), por outro, fala constantemente na morte, revelando o pavor que esta idéia lhe traz. De um lado, age como criança em quase tudo, de outro, exige respeito e obediência dos mais jovens.

Aqueles que souberam honrar Urano em suas vidas, neste momento sentem um novo chamado à aventura. Descobrem, encantados, que a velhice e a morte não são o fim. Ainda há muito que aprender, muito terreno a ser desbravado. Para os mais jovens, é gratificante conviver com estas pessoas. Com um brilho travesso no olhar, elas demonstram ter seu lado criança ainda vivo dentro de si, não com a birra petulante de quem não amadureceu, mas com a inocência e a curiosidade de quem não deixou de se maravilhar com a vida.
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Um comentário:

Mara disse...

É isso mesmo, Laura, se queremos ter uma vida gratificante em todos os sentidos, temos que arregaçar as mangas e não fugir das questões que cada faixa etária nos traz. É preciso ter a coragem de olhar para dentro de si mesmo, e perguntar qual o próximo passo a ser dado. E aos poucos, passo a passo, vamos abrindo uma trilha para a geração que vem depois...